sábado, 25 de julho de 2009

WALT WHITMAN - As I ebb'd with the ocean of life (1 e 2)






WALT WHITMAN


As I ebb'd with the ocean of life

Quando eu refluí com o oceano da vida


1
Quando eu refluí com o oceano da vida,
Quando eu caminhei ao longo das praias que conheço,
Quando eu caminhei onde as ondas continuamente te lavam,
Paumanok,
Onde elas marulham roucas e sibilantes,
Onde a feroz e antiga mãe infindamente clama por seus náufragos,
Sigo meditando na tarde outonal, contemplando o céu meridional,
Preso por este eu-elétrico longe do orgulho do qual eu declamo
poemas,
Dominado pelo espírito que trilha nas linhas do chão,
a orla, o sedimento que permanece em toda água e em toda terra
do globo.
Fascinados, meus olhos se desviam do sul, abatidos, para seguir
estes singelos montes de feno,
Restos de cereal, palha, farpas de madeira, ervas, e a
abundância do mar,
Acúmulo, escalas das rochas brilhantes, folhas de vedura-de-sal,
deixados pela maré,
Andando por milhas, o som da rompente onda o outro lado de mim,
Paumanok lá e aqui quando pensei o velho pensamento de
semelhança,
Que me apresentaste, tu ó ilha com formato de peixe,
Quando eu caminhei ao longo das praias que conheço,
Quando eu caminhei com este eu-elétrico procurando marcas.

2
Quando eu caminho por praias que não conheço,
Quando eu me incluo no hino funeral, as vozes dos homens
e das mulheres afogados,
Quando respiro as brisas impalpáveis que descem sobre mim,
Quando o oceano tão misterioso avança para mim mais e mais
próximo,
Também nada mais significa ao auge um pequeno no mar à deriva,
Fina areia e folhas mortas se unem,
Unidas, e afundam a mim mesmo enquanto parte da areia e da deriva.

Ó perplexo, frustrado, inclinado para a terra,
Oprimido comigo mesmo que ousou abrir a boca,
Consciente agora que meio a tudo que fala muito cujos ecos
recuam sobre mim que não tenho tido a mínima ideia
de quem ou o que eu sou,
Mas que diante de todos os meus arrogantes poemas o verdadeiro
Eu permanece ainda intocado, não-revelado, inalcançável,
Afastado, zombando de mim com simulados-congratulatórios
gestos e reverências,
Com o ressoar de distante e irônica risada à cada palavra que
tenho escrito,
Apontando em silêncio para estas canções, e então para a areia
abaixo.
Eu percebo que eu realmente não tenho entendido coisa alguma,
nem um simples objeto, e que nenhum homem
realmente pode.
Natureza aqui em vista do mar tenho vantagem sobre mim
para saltar sobre mim e me golpear,
Pois eu tenho ousado abrir a minha boca para cantar.




tradução by Leonardo de Magalhaens





WALT WHITMAN

As I ebb'd with the oceans of life


1
As I ebb'd with the ocean of life,
As I wended the shores I know,
As I walk'd where the ripples continually wash you Paumanok,
Where they rustle up hoarse and sibilant,
Where the fierce old mother endlessly cries for her castaways,
I musing late in the autumn day, gazing off southward,
Held by this electric self out of the pride of which I utter poems,
Was seiz'd by the spirit that trails in the lines underfoot,
The rim, the sediment that stands for all the water and all the land
of the globe.

Fascinated, my eyes reverting from the south, dropt, to follow those
slender windrows,
Chaff, straw, splinters of wood, weeds, and the sea-gluten,
Scum, scales from shining rocks, leaves of salt-lettuce, left by the tide,
Miles walking, the sound of breaking waves the other side of me,
Paumanok there and then as I thought the old thought of likenesses,
These you presented to me you fish-shaped island,
As I wended the shores I know,
As I walk'd with that electric self seeking types.

2
As I wend to the shores I know not,
As I list to the dirge, the voices of men and women wreck'd,
As I inhale the impalpable breezes that set in upon me,
As the ocean so mysterious rolls toward me closer and closer,
I too but signify at the utmost a little wash'd-up drift,
A few sands and dead leaves to gather,
Gather, and merge myself as part of the sands and drift.

O baffled, balk'd, bent to the very earth,
Oppress'd with myself that I have dared to open my mouth,
Aware now that amid all that blab whose echoes recoil upon me I have
not once had the least idea who or what I am,
But that before all my arrogant poems the real Me stands yet
untouch'd, untold, altogether unreach'd,
Withdrawn far, mocking me with mock-congratulatory signs and bows,
With peals of distant ironical laughter at every word I have written,
Pointing in silence to these songs, and then to the sand beneath.

I perceive I have not really understood any thing, not a single
object, and that no man ever can,
Nature here in sight of the sea taking advantage of me to dart upon
me and sting me,
Because I have dared to open my mouth to sing at all.
continua...

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