To the Lighthouse
Virginia Woolf
Time passes / O tempo passa
trad. Leonardo de Magalhaens
VI
[...]
E agora no calor do verão o vento enviava suas espias ao redor da casa novamente. Moscas caíam nas teias nos cômodos ensolarados; ervas daninhas que tinham crescido perto dos vidros na noite golpeavam metodicamente nas vidraças. Quando as trevas caíam, o feixe de luz do Farol, que tinha se deitado com tal autoridade sobre o carpete no escuro, destacando seus padrões, veio agora na mais suave luz da primavera mesclada com o luar deslizando gentilmente como se pousasse uma carícia e se detia furtivamente e olhava e vinha amavelmente de novo. Mas na grande valmaria desta amável carícia, quando o longo feixe de luz se inclinava sobre a cama, a rocha se fendia em pedaços; outra prega do xale se soltava; lá fica suspensa, e oscilava. Através das breves noite de verão e os longos dias de verão, quandos os cômodos vazios pareciam murmurar com os ecos dos campos e o zumbir das moscas, o longo jorro de luz ondulava gentilmente, oscilam sem rumos; enquanto o sol assim listrava e bloqueava os cômodos e enchia-os com névoa amarela que a Sra. McNab, quando ela irrompia e cambaleava, limpando o pó, varrendo, parecia tal um peixe tropical remando seu caminho através das águas lancetadas pelo sol.
Mas o torpor e o sono, apesar disso, poderiam vir mais tarde no verão sinistros sons tais os golpes medidos de marretas abafadas sobre feltro, que, com suas batidas repetidas até soltarem ainda mais o xale e racharem as xícaras. Agora e novamente algum copo retinia no armário como se uma voz gigante tivesse gritado tão alta em sua agonia que agitasse também lá dentro o armário a vibrar. Então novamente caía o silêncio; e então, noite após noite, e às vezes em pleno meio-dia quando as rosas bilhavam e a luz voltava-se à parede sua forma claramente lá parecia gotejar neste silêncio, esta indiferença, esta integridade, o baque de algo caindo.
[...]
And now in the heat of summer the wind sent its spies about the house
again. Flies wove a web in the sunny rooms; weeds that had grown close
to the glass in the night tapped methodically at the window pane. When
darkness fell, the stroke of the Lighthouse, which had laid itself with
such authority upon the carpet in the darkness, tracing its pattern,
came now in the softer light of spring mixed with moonlight gliding
gently as if it laid its caress and lingered steathily and looked and
came lovingly again. But in the very lull of this loving caress, as
the long stroke leant upon the bed, the rock was rent asunder; another
fold of the shawl loosened; there it hung, and swayed. Through the
short summer nights and the long summer days, when the empty rooms
seemed to murmur with the echoes of the fields and the hum of flies,
the long streamer waved gently, swayed aimlessly; while the sun so
striped and barred the rooms and filled them with yellow haze that Mrs.
McNab, when she broke in and lurched about, dusting, sweeping, looked
like a tropical fish oaring its way through sun-lanced waters.
But slumber and sleep though it might there came later in the summer
ominous sounds like the measured blows of hammers dulled on felt,
which, with their repeated shocks still further loosened the shawl and
cracked the tea-cups. Now and again some glass tinkled in the cupboard
as if a giant voice had shrieked so loud in its agony that tumblers
stood inside a cupboard vibrated too. Then again silence fell; and
then, night after night, and sometimes in plain mid-day when the roses
were bright and light turned on the wall its shape clearly there seemed
to drop into this silence, this indifference, this integrity, the thud
of something falling.
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