quarta-feira, 6 de outubro de 2010

dois poemas de SYLVIA PLATH




SYLVIA PLATH


Rival


Se a lua sorrisse, se pareceria contigo
Deixas a mesma impressão
De algo belo, mas aniquilante.
Ambos não têm luz própria.
De boca aberta ela sofre pelo mundo; a tua
é indiferente,
E teu talento é transforme tudo em pedra.
Acordo num mausoléu; estás aqui,
Tateando a mesa de mármore em busca de cigarros,
Ressentido tal um mulher, mas não tão nervoso,
E doido pra dizer algo irrespondível.


A lua também humilha os súditos,
Mas de dia ela é ridícula,
Tuas insatisfações, de outro modo,
Vem pelo correio com amável regularidade,
Em branco e vazias, expansivas igual monóxido de carbono.


Nenhum dia está salvo de notícias tuas,
Andando pela África, talvez, mas pensando em mim.


Trad. Leonardo de Magalhaens
http://meucanoneocidental.blogspot.com


SYLVIA PLATH


THE MOON AND THE YEW TREE

(trad. Leonardo de Magalhaens)


Esta é a luz da mente, fria e planetária,
A árvore da mente está escurecida. A luz azulada.
O relvado joga as mágoas deles aos meus pés
como se eu fosse Deus,
Espetando meus tornozelos e murmurando deles
a humildade
Esfumaçadas, espirituosas névoas habitam este lugar
Afastadas de minha casa por uma fileira de lápides.
Simplesmente não posso ver até onde se estendem.


A lua não é porta. É uma face em seu próprio direito.
Alva tal um punho cerrado e terrivelmente transtornado.
Ela draga o mar atrás de si tal um crime obscuro,
calma
com o bocejo de completo desespero. Eu vivo aqui.
Duas vezes aos domingos os sinos estremecem os céus -
Oito grandes línguas afirmando a Ressurreição.
Ao fim, sóbrias proclamaram os próprios nomes.


O freixo aponta acima. Tem uma forma gótica.
Os olhos se elevam em seguida e encontram a lua.
A lua é minha mãe. Ela não é doce igual Mary.
Dela azuladas vestes soltam pequenos morcegos e
corujas.
Como eu gostaria de acreditar na ternura -
A face da efígie, abrandada pelas velas,
Descendo, sobre mim em particular, seus olhos
meigos.


Tenho caído um longo caminho. Nuvens deslizando
Azuladas e místicas sob a face das estrelas
Dentro da igreja, os santos estarão todos azulados,
Flutuando com seus pés delicados sobre os bancos frios,
Deles as mãos e faces rígidas de santidade.
A lua nada vê disso. Ela calva e selvagem.
E a mensagem do freixo é escuridão - escuridão
e silêncio

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original poem em
http://www.sylviaplathforum.com/thread.html

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mais sobre Sylvia Plath
http://www.culturapara.art.br/opoema/sylviaplath/sylviaplath.htm
http://www.sylviaplath.de/plath/portpoems.html
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Um comentário:

  1. Sylvia é uma das minhas poetas preferidas.

    Tenho que passar mais aqui =)

    Grande abraço!

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