segunda-feira, 7 de junho de 2010

Nachts - À Noite - F Kafka



FRANZ KAFKA

À NOITE
Nachts

Mergulhado na noite. Assim como se se abaixasse às vezes a cabeça para meditar, assim totalmente mergulhado na noite. Ao redor as pessoas dormem. Uma pequena cena de teatro, um ingênuo auto-engano de que dormem em casas, em camas firmes, sob o teto sólido, estendidos ou encolhidos sobre colchões, em lençóis, sob cobertas, realmente reunidos como antes e mais tarde, em terreno ermo, um acampamento aberto, um número incalculável de pessoas, um exército, um povo, sob o céu frio, na terra fria, estendidos onde antes andavam de pé, a testa prensada contra o braço, o rosto contra o chão, respirando calmamente. E tu vigias, és um dos vigias, descobriste o mais próximo pelo mover-se da lenha em brasa no monte de galhos junto a ti. Por que vigias? Alguém precisa vigiar, dizem. Alguém precisa permanecer aí.
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Nachts

Versunken in die Nacht. So wie man manchmal den Kopf senkt, um nachzudenken, so ganz versunken sein in die Nacht. Ringsum schlafen die Menschen. Eine kleine Schauspielerei, eine unschuldige Selbsttäuschung, daß sie in Häusern schlafen, in festen Betten, unter festem Dach, ausgestreckt oder geduckt auf Matratzen, in Tüchern, unter Decken, in Wirklichkeit haben sie sich zusammengefunden wie damals einmal und wie später in wüster Gegend, ein Lager im Freien, eine unübersehbare Zahl Menschen, ein Heer, ein Volk, unter kaltem Himmel auf kalter Erde, hingeworfen wo man früher stand, die Stirn auf den Arm gedrückt, das Gesicht gegen den Boden hin, ruhig atmend. Und du wachst, bist einer der Wächter, findest den nächsten durch Schwenken des brennenden Holzes aus dem Reisighaufen neben dir. Warum wachst du? Einer muß wachen, heißt es. Einer muß da sein.
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