sábado, 14 de novembro de 2009

poemas de HENRI MICHAUX





HENRI MICHAUX


Cada dia mais exangue
(Chaque jour plus exsangue)



A desgraça insufla seus pequenos e me escolhe.

“É ele, lhes diz, não o deixem mais.”

E eles não me deixaram mais.

A Desgraça insufla seus pequenos.

“É ele, lhes diz, não o deixem mais.”

Eles não mais me deixarão.


Trad. Leonardo de Magalhaens
original em
http://sycosyco.free.fr/texte_michaux_exsangue.htm




HENRI MICHAUX

Emportez-moi
Arraste-me


Arraste-me numa caravela,
Numa velha e doce caravela,
Na roda de proa, ou se venta, na espuma,
E me faça naufragar, lá longe, longe.

Na atrelagem de uma outra época.
No aveludado engodo da neve.
No fôlego daqueles cães reunidos.
Na tropa extenuada das folhas mortas.

Arraste-me sem me quebrar, aos beijos,
Sobre os tapetes de palmas e seus sorrisos,
Nos corredores dos ossos longos, e das articulações.

Arraste-me, ou antes sepulte-me.

Trad. Leonardo de Magalhaens
original em

Um comentário:

  1. gostei do espaço. vou dar outra caminhada e seguir...

    estou ficando muitíssimo interessado no poeta... eu que já pesquiso o Lautréamont.. estar conhecendo este leitor dele, que as vezes me parece ser altista ou esquizofrênico.. quiçá só mais um louco natural dos tempos corridos... e a mim quiça igualmente..rs

    ResponderExcluir