sábado, 11 de junho de 2011

Canção da Estrada Aberta (2/5) - Whitman







Canção da Estrada Aberta

Song of the Open Road


4

A terra se expandindo à direita e à esquerda,
O quadro vivo, cada parte na sua melhor luz,
A música caindo onde é desejada, e parando onde
não é desejada,
A animada voz da estrada pública, o alegre e fresco
sentimento da estrada.

Ó auto-estrada, onde eu viajo, você diria para mim
'Não me abandone'?
Você diria 'Não se aventure – se você me abandonar
você vai se perder'?
Você diria 'Estou preparada, Estou bem-trilhada e nunca
rejeitada,
Junte-se a mim' ?

Ó estrada pública, eu digo em troca que não tenho medo
de abandonar-te, ainda te amo,
Você expressa sobre mim melhor do que eu posso expressar
sobre mim mesmo,
Você deverá ser mais para mim do que o meu poema.

Imagino feitos heróicos todos concebidos ao ar livre,
e também todos os poemas livres,
Imagino que eu poderia parar aqui e fazer milagres,
Imagino que o que quer que eu encontrar na estrada eu deverei
gostar, e quem quer que
me observe deverá gostar de mim,
Imagino que quem quer que eu veja deverá ser feliz.



5

Desde agora eu ordeno a mim mesmo livrar-me dos limites e
linhas imaginárias,
Indo aonde eu me entrego, meu próprio mestre total e absoluto,
Ouvindo aos outros, considerando bem o que eles dizem,
Em pausas, procurando, recebendo, contemplando,
Gentilmente, mas com desejo inegável, desnudando-me das
amarras que
me prenderiam.

Eu inalo grandes goles do espaço,
O leste e o oeste são meus, e o norte e o sul são meus.

Sou maior, melhor do que eu pensava,
Eu não sabia que eu guardava tanta bondade.

Tudo parece belo para mim,
Posso repetir aos homens e mulheres 'Vocês têm feito muito bem
a mim'
Eu faria o mesmo a vocês
Eu vou recuperar a mim mesmo e vocês enquanto eu sigo,
Eu vou me espalhar entre homens e mulheres enquanto eu sigo,
Eu vou semear entre eles uma nova satisfação e esforço,
Quem quer que me rejeite isto não deverá me incomodar,
Quem quer que me aceite, ele ou ela, ser]ao abençoados e
deverão me abençoar.



6

Agora se mil homens perfeitos aparecessem
isto não me surpreenderia,
Agora se mil belas formas de mulheres aparecessem
isto não me espantaria.

Agora eu vejo o segredo do criar pessoas melhores,
É crescer ao ar livre e comer e dormir junto a terra.

A um grande tarefa pessoal tem lugar,
(Tal uma obra que se apossa dos corações da completa
raça de homens,
Sua efusão de força e vontade esmaga a lei e zomba
de toda
autoridade e todos os argumentos em contrário.)

Aqui está a prova da sabedoria,
Sabedoria não é de fato testada em escolas,
Sabedoria não pode ser transmitida de um que tem
para outro que não tem,
Sabedoria é da própria alma, não é suscetível de prova,
é a própria prova,
Aplica-se a todos os estágios e objetos e qualidades
e é contente,
É a certeza da realidade e a imortalidade das coisas, e a
excelência das coisas;
Algo existe na deriva da visão das coisas que provoca
tal efeito na alma.

Agora eu re-examino filosofias e religiões,
Eles devem provar bem em salas-de-leitura, ainda não prova
tudo sob as
nuvens espaçosas e ao longo de paisagens e riachos que fluem.

Aqui está a realização,
Aqui está o homem marcado – ele entende aqui o que
ele tem em si-mesmo,
O passado, o futuro, majestade, amor – se eles eram
vazios de você,
você estava vazia deles.

Apenas o cerne de cada objeto alimenta;
Onde está ele que colhe os frutos para você e para mim?
Onde está ele que desfaz estratagemas e envelopes
para você e para mim?

Aqui é aderência, não é previamente modelável,
é conveniente;
Você sabe como é quando se passa a ser amada
por estranhos?

Você conhece a conversa daqueles que voltam o olhar?




Trad. livre: Leonardo de Magalhaens

http://leoliteraturaescrita.blogspot.com/





Walt Whitman

Song of the Open Road


4

.


The earth expanding right hand and left hand,

The picture alive, every part in its best light,

The music falling in where it is wanted, and stopping

where it is not wanted,

The cheerful voice of the public road, the gay fresh sentiment

of the road.

O highway I travel, do you say to me Do not leave me?

Do you say Venture not--if you leave me you are lost?

Do you say I am already prepared, I am well-beaten and undenied,

adhere to me?



O public road, I say back I am not afraid to leave you, yet I love you,

You express me better than I can express myself,

You shall be more to me than my poem.



I think heroic deeds were all conceiv'd in the open air,

and all free poems also,

I think I could stop here myself and do miracles,

I think whatever I shall meet on the road I shall like, and whoever

beholds me shall like me,

I think whoever I see must be happy.


.

5

.


From this hour I ordain myself loos'd of limits and imaginary lines,

Going where I list, my own master total and absolute,

Listening to others, considering well what they say,

Pausing, searching, receiving, contemplating,

Gently, but with undeniable will, divesting myself of the holds that

would hold me.



I inhale great draughts of space,

The east and the west are mine, and the north and the south are mine.


I am larger, better than I thought,

I did not know I held so much goodness.



All seems beautiful to me, can repeat over to men and women You have done

such good to me

I would do the same to you,

I will recruit for myself and you as I go,

I will scatter myself among men and women as I go,

I will toss a new gladness and roughness among them,

Whoever denies me it shall not trouble me,

Whoever accepts me he or she shall be blessed and shall bless me.


.

6
.


Now if a thousand perfect men were to appear it would not amaze me,

Now if a thousand beautiful forms of women appear'd it would not astonish me.

Now I see the secret of the making of the best persons,

It is to grow in the open air and to eat and sleep with the earth.

Here a great personal deed has room,

(Such a deed seizes upon the hearts of the whole race of men,

Its effusion of strength and will overwhelms law and mocks all

authority and all argument against it.)



Here is the test of wisdom,

Wisdom is not finally tested in schools,

Wisdom cannot be pass'd from one having it to another not having it,

Wisdom is of the soul, is not susceptible of proof, is its own proof,

Applies to all stages and objects and qualities and is content,

Is the certainty of the reality and immortality of things, and the

excellence of things;

Something there is in the float of the sight of things that provokes

it out of the soul.



Now I re-examine philosophies and religions,

They may prove well in lecture-rooms, yet not prove at all

under the spacious clouds and along the landscape and flowing currents.



Here is realization,

Here is a man tallied--he realizes here what he has in him,

The past, the future, majesty, love--if they are vacant of you, you

are vacant of them.



Only the kernel of every object nourishes;

Where is he who tears off the husks for you and me?

Where is he that undoes stratagems and envelopes for you and me?



Here is adhesiveness, it is not previously fashion'd, it is apropos;

Do you know what it is as you pass to be loved by strangers?

Do you know the talk of those turning eye-balls?




Walt Whitman




LdeM

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