terça-feira, 2 de julho de 2013

Elizabeth Bishop - One Art / Uma Arte






Uma Arte


A arte de perder não é difícil de dominar;
muitas coisas parecem plenas de propósito
de se perderem, nenhum desastre haverá.

Perca algo cada dia. Aceite o agitar
das chaves perdidas, a hora desperdiçada.
A arte de perder não é difícil de dominar.

Então pratique perder mais, logo perder:
lugares, nomes, e para onde pretendia
viajar. Nenhum desastre a acontecer.


Perdi o relógio de mamãe. Veja! pra terminar
ou quase: de três amadas casas passadas.
A arte de perder não é difícil de dominar.

Perdi duas cidades, amadas. E mais ainda
alguns reinos possui, dois rios, um continente.
Sinto falta deles, mas em desastre não finda.

Mesmo te perdendo (a voz risonha, o gesto
que amo) não desisto. É evidente
que a arte de perder não é tão difícil
apesar de parecer (escreva aí!) um desastre.


trad. livre by LdeM


...


One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster,

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

- Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.


Elizabeth Bishop







tradução (ou transcriação?) de P H Britto
http://www.phbritto.org/2011/07/uma-arte.html







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