domingo, 7 de março de 2010

The Bells / Os sinos dobram - E A Poe



EDGAR ALLAN POE


The bells

Os sinos dobram
I


Ouça os trenós com o dobrar -
de sinos de prata a dobrar!
Que mundo de júbilo o som redobra!
Como tangem, tangem, tangem,
No frio ar da noite!
Enquanto o céu estrelado se desdobra
Todo o céu se assombra
Com alegrias cristalinas;
Marcando tempo, tempo, tempo,
Tal um ritmo de antigo tempo,
E soamressoam em música ressoam
Dos sinos que dobram, dobram, dobram,
Dobram, dobram, dobram -
Ressoam e tangem os sinos dobram.

II

Ouça os sinos em núpcias dobram,
Dourados sinos dobram!
Que mundos de alegria em harmonia redobram!
No perfumado ar da noite
Eles ressoam com alegria!
Em notas de derretido ouro
E em tal melodia
Em simples sons flutua,
Às pombas que ouvem, então gorjeiam
No luar!
Oh, de espaços ressoando,
Que jorro de euforia se avolumando!
Como dobram
Como redobram
Ao futuro! Como soam
Em encantos que ressoam
Ao soante e ressonante dobrar
Dos sinos que dobram, dobram, dobram,
Dobram, dobram, dobram -
No ritmo e rima os sinos dobram!

III

Ouça: em alto som os sinos dobram
De bronze os sinos dobram!
Que conto de terror em clamor redobram!
Os alarmados ouvidos da noite
Como eles gritam de susto!
Muito horrizados para falar,
Ficam a gritar, a gritar,
Sem sintonia,
Em clamoroso apelo à piedade ao fogo,
Em louco protestar contra o surdo fogo,
Saltando acima, acima, acima
Que o desespero anima,
Em resoluto esforçar,
De agora ou nunca
Junto a face pálida da lua!
Oh, os sinos dobram, dobram, dobram,
Num relato do terror redobram
De desespero!
Como eles soam, tangem e bradam
Que horror eles vertem
No seio do ar palpitante!
Ainda de ouvir pode se saber,
Em dobrares
E em redobrares,
Como o perigo vai e vem:
Ainda ao ouvido dobram,
Assim tangem
E assim bradam,
Enquanto o perigo sobe e desce,
E ao subir e ao descer na fúria dos sinos que dobram,
Os sinos dobram,
Dobram, dobram, dobram, dobram,
Eles dobram, dobram, dobram -
No clamor e no ardor os sinos dobram!

IV

Ouçam: os sinos dobram-
De ferro os sinos dobram!
Que mundo de solenidade a monofonia redobra!
No silêncio da noite
Trememos de pavor
Da melancólica ameaça deste tom!
Para cada som que flutua
Das goelas em ferrugem atua
Um gemido!
E as pessoas – ah, as pessoas -
Que habitam nas cúpulas,
Tão sozinhas,
E que tocam, tocam, tocam,
Em abafada monotonia,
Glorificados quando rolam
As pedras sobre nossos corações!
Eles não são homens nem mulheres,
Não são bestas nem são humanos,
São espectros:
E o rei deles é quem soa,
É ele quem ressoa, ressoa, ressoa,
E redobra
Os louvores que os sinos dobram!
E os seus peitos se atordoam
Com os louvores que os sinos soam;
E ele dança e ele urra;
Marcando tempo, tempo, tempo,
Num tipo de rima de antigo tempo;
Aos louvores que os sinos dobram,
Marcando tempo, tempo, tempo,
Ao golpear dos sinos que dobram -
Dos sinos que dobram, dobram, dobram -
Ao soluçar dos sinos que dobram;
Deixando tempo, tempo, tempo,
Quando ele ressoa, ressoa, ressoa,
Numa feliz rima de antigo tempo,
Ao rolar dos sinos que dobram,
Dos sinos que dobram, dobram, dobram,
Do badalar dos sinos que dobram,
Dos sinos que dobram, dobram, dobram,
Que eles dobram dobram, dobram -
Assim lamentosos e gementes eles dobram!

fev/10

Trad. livre by Leonardo de Magalhaens

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